Mabel Declara Calamidade em Goiânia para Saúde e Finanças
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Mabel Declara Calamidade em Goiânia para Saúde e Finanças

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, decretou estado de calamidade pública na saúde e nas finanças do município, oficializando 12 novas medidas na quinta-feira (2). A decisão, válida por 180 dias, busca enfrentar um rombo operacional estimado entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões, ao mesmo tempo em que agiliza processos de compra e contratação na área da saúde. Os decretos seguem para aprovação formal da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego).

Contenção de Despesas e Reforço na Saúde

Os decretos assinados incluem ajustes financeiros que vão desde a suspensão de novas adesões a atas de preços até restrições na aquisição de equipamentos de tecnologia.

“Não se trata de cortar serviços, mas de ajustar valores para que a população tenha um retorno melhor dos recursos públicos investidos”, enfatizou Mabel.

Com isso, a gestão espera otimizar gastos, renegociar dívidas e preparar a cidade para uma possível crise sanitária — incluindo um possível surto de dengue em 2025. Parte dos decretos permite a adoção de tecnologias, como drones, para identificar focos do mosquito transmissor de maneira mais eficiente.

A análise preliminar da Secretaria de Fazenda estima um rombo operacional que pode chegar a R$ 3 bilhões, agravado por bloqueios de contas e dívidas tributárias que dificultam o pagamento de fornecedores. O decreto financeiro autoriza o contingenciamento de despesas e a renegociação de dívidas, incluindo precatórios e obrigações previdenciárias.

Além disso, a implantação de sistemas de governança tecnológica e criação de centros de custo estão entre as iniciativas para dar mais transparência ao uso dos recursos públicos.

“Hoje, não sabemos quanto cada área realmente gasta. Isso precisa mudar, e a tecnologia será uma aliada para trazer mais eficiência”, pontuou o prefeito.

Medidas Emergenciais na Saúde

Na área da saúde, o decreto tem como foco a agilização de compras de medicamentos, insumos e contratação emergencial de leitos de UTI.

“Precisamos de agilidade para resolver as urgências da população. O decreto nos dará condições de fazer isso sem burocracia excessiva”, afirmou Mabel.

A prefeitura também sinalizou a possibilidade de intervenção estadual na saúde, caso a crise se aprofunde. Ao mesmo tempo, a gestão planeja manter serviços prioritários, como o atendimento em pronto-socorro e campanhas de vacinação.

Outra iniciativa importante é o recadastramento dos servidores municipais, com o objetivo de identificar funcionários ativos, afastados ou em licenças prolongadas. A meta é otimizar a folha de pagamento e realocar pessoal de acordo com as áreas mais carentes.

Os decretos ainda suspendem, temporariamente, o pagamento de horas extras para servidores, exceto em casos de emergência na área de saúde. Mabel também criticou a burocracia que atrasa a chegada de medicamentos e materiais escolares, destacando a possibilidade de recorrer a atas de registro de preços de outros entes federativos para agilizar contratações.

Visão de Futuro

Com a assinatura dos decretos e a expectativa de aprovação pela Alego, a prefeitura pretende colocar Goiânia em um novo patamar de gestão, evitando colapsos financeiros e trazendo melhorias concretas para a população.

“Estamos aqui para organizar a casa, trazer transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos”, concluiu o prefeito.

A eficácia das medidas decretadas será decisiva para determinar se a capital goiana conseguirá reverter o quadro de desequilíbrio financeiro e precariedade na saúde. Embora as restrições sejam temporárias, o planejamento de Sandro Mabel visa estabelecer bases mais sólidas para o futuro de Goiânia, priorizando o equilíbrio das contas públicas e o atendimento de qualidade à população.

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