Goiás lidera redução do desmatamento com queda de 71,9% em 2024, aponta MapBiomas
Goiás se destaca como o estado que mais reduziu a supressão da vegetação nativa em 2024, conforme o Relatório Anual do Desmatamento no Brasil (RAD 2024), divulgado pela rede MapBiomas. Em comparação com 2023, o número de alertas caiu de 3.519 para 659, e a área desmatada recuou de 69,3 mil hectares para 19,4 mil hectares, representando uma queda de 71,9%.
Além de Goiás, outros estados demonstraram resultados positivos, como Paraná (-65%), Espírito Santo (-62%), Bahia (-54%) e Roraima (-50%). Por outro lado, estados como Rio de Janeiro (+94%), Rio Grande do Sul (+70%) e Ceará (+23%) registraram aumentos no desmatamento.
O relatório ainda revelou que, pela primeira vez desde 2019, cinco dos seis biomas brasileiros apresentaram redução nos índices de desmatamento, com exceção da Mata Atlântica, que manteve-se praticamente estável. O Cerrado, em números absolutos, teve a maior queda, passando de 1,1 milhão de hectares desmatados em 2023 para 652 mil hectares em 2024 (-41,2%). Outras reduções foram registradas na Amazônia (16,8%), Caatinga (13,4%), Pantanal (58,6%) e Pampa (42,1%).
Andréa Vulcanis, titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), comemorou os dados e ressaltou o esforço conjunto entre o governo e o setor produtivo para promover a sustentabilidade. “Os números são fruto de uma construção coletiva, que começou há seis anos, e nosso objetivo é zerar o desmatamento ilegal em Goiás até 2030”, afirmou Vulcanis.
Em setembro de 2023, o governador Ronaldo Caiado e a Semad firmaram um pacto com representantes do setor produtivo para eliminar a supressão de vegetação ilegal até o fim da década. Medidas complementares incluem a abertura de concurso público para a Semad, a posse de novos servidores e um intensificado monitoramento remoto, que juntos possibilitaram a responsabilização administrativa de 100% dos alertas recebidos no primeiro semestre de 2024.
O RAD 2024, resultado de esforços colaborativos entre ONGs, universidades e técnicos, demonstra que o Brasil já perdeu 9,8 milhões de hectares de vegetação nativa nos últimos seis anos, reforçando a importância de ações contínuas para a preservação ambiental.

