Comunidades de Matriz Africana em Aparecida Buscam Reconhecimento do IPHAN para Suas Tradições

A Coordenadoria de Igualdade Racial de Aparecida de Goiânia solicitou formalmente ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN-GO) o reconhecimento e/ou tombamento dos festejos e tradições das comunidades de matriz africana Ilê Onilewa Azando, no Jardim Buriti Sereno, e Vovó Maria Conga, no Jardim Alto Paraíso.

A relevância social das lideranças, a preservação da cultura e religião dos povos de matriz africana, e o trabalho social realizado por ambas ao longo de décadas foram destacados na solicitação. Líderes como Dona Maria Baiana, da Comunidade Vovó Maria Conga, e a iyalorisa Teresa Cleidecer Dias, do candomblé de ketu e líder da Comunidade Ilê Asé Onilewa, foram mencionados pelo legado significativo que deixaram em defesa das tradições e costumes.

O pedido ressalta que as comunidades possuem formas próprias de organização social, ocupando e utilizando territórios e recursos naturais. A Coordenadoria enfatiza que o reconhecimento e/ou tombamento dessas comunidades são fundamentais para combater desigualdades e discriminação, promovendo o desenvolvimento social dos grupos afetados.

O Superintendente do IPHAN-GO, Pedro Wilson, informou que o processo para o reconhecimento e/ou tombamento já foi iniciado e está em análise. Ele antecipa que, após a aprovação, será encaminhado para a Câmara Municipal de Aparecida para aprovação e, em seguida, para sanção do prefeito Vilmar, garantindo um caráter cultural permanente aos terreiros.

Carolina Dias, membro da Comunidade Ilê Onilewa Azando e técnica da Coordenadoria de Igualdade Racial, destaca a importância desse reconhecimento. Ela enfatiza que o resguardo e respeito a grupos étnico-culturais são fundamentais, garantindo não apenas a preservação do patrimônio cultural, mas também o desenvolvimento social, econômico e geral das comunidades envolvidas.