Agosto Branco reforça prevenção e diagnóstico do câncer de pulmão em Goiás

O governo de Goiás lançou a campanha Agosto Branco para reforçar a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de pulmão, considerado um dos maiores desafios da saúde pública estadual. A iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) destaca hábitos saudáveis e ações de rastreamento para reduzir mortalidade.

Para o secretário Rasível Santos, a mudança de hábitos é fundamental. “É preciso evitar o tabagismo, principal fator de risco, responsável por cerca de 90% das mortes por câncer de pulmão”, afirma, lembrando que abandonar o fumo e adotar medidas preventivas poderiam evitar mais de 150 mil óbitos anuais no Brasil.

O diagnóstico tardio continua sendo um obstáculo: apenas 16% dos casos são detectados em estágio inicial, quando a sobrevida chega a 56%, aponta o coordenador de oncologia da SES-GO, Kleber Monteiro. O médico ressalta que sinais como dor no peito, tosse persistente, rouquidão, emagrecimento inexplicável, falta de ar e escarro com sangue exigem avaliação imediata.

Unidades estaduais oferecem radiografia e tomografia de tórax como primeiros passos na investigação de nódulos ou massas pulmonares. A confirmação diagnóstica depende de procedimentos como biópsias guiadas por imagem, broncoscopia flexível, ecobroncoscopia e ecoendoscopia, garantindo maior precisão.

Na rede própria, a SES-GO ampliou o Complexo Oncológico de Referência de Goiás (Cora) com ala infantojuvenil e iniciou serviços oncológicos no Hospital Estadual de Itumbiara (HEI), estendendo tratamento especializado a pacientes de 0 a 17 anos e à comunidade local.

O alerta também se volta aos dispositivos eletrônicos para fumar, que contêm nicotina e substâncias tóxicas capazes de causar dependência e lesões como a síndrome Elavi. Para apoiar quem deseja parar de fumar, o estado oferece programas antitabagismo com acompanhamento multidisciplinar, aconselhamento e, quando necessário, medicação.

O câncer de pulmão é o terceiro mais comum entre homens (18 mil casos) e o quarto entre mulheres (14,5 mil casos), com taxa de sobrevida de apenas 18% em cinco anos. Em 2023, Goiás registrou 1.053 mortes pela doença, enquanto o país contabiliza em média 430 óbitos diários por tabagismo, correspondendo a 12,6% de todas as mortes.