Goiás anuncia linhas de crédito para empresas goianas afetadas pelo tarifaço dos EUA

Em reunião no Palácio das Esmeraldas nesta terça-feira (22), o governador Ronaldo Caiado apresentou três fundos de crédito criados para mitigar os impactos financeiros das sobretaxas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Empresários dos setores agrícola, industrial e de serviços participaram do encontro.

O principal instrumento é o Fundo Creditório, que disponibilizará até R$ 628 milhões em créditos de ICMS — metade já garantida pelo Estado e a outra metade por investidores privados. A linha, com juros de 10% ao ano, será lançada em leilão na B3 em 5 de agosto e começa a operar em agosto.

Como alternativas, as companhias poderão recorrer ao Fundo de Equalização para o Empreendedor (Fundeq), vinculado à Goiás Fomento, ou ao Fundo de Estabilização Econômica do Estado de Goiás, reserva acionada em crises para manter serviços essenciais.

Representantes empresariais elogiaram a agilidade de Goiás. Flávio Rassi (Fieg) considerou “impressionante” a ferramenta, e Paulo Afonso Ferreira (CNI/Centro-Oeste) destacou que o Estado “sai na frente” no enfrentamento ao tarifaço. Líderes do setor sucroenergético, mineral e de grãos também parabenizaram a iniciativa.

As empresas interessadas devem solicitar os recursos pela Secretaria-Geral do Governo, comprometendo-se a manter empregos durante o período de crédito. Os recursos visam sobretudo investimentos em novos projetos e capital de giro para segmentos mais atingidos, como soja, carne e aço.

Para manter diálogo permanente com o setor, Caiado instalou um comitê formado por seis secretarias e entidades de classe. A primeira rodada de reuniões, a partir de quarta-feira (23), vai mapear demandas em fármacos, carnes, mineração, sucroenergia, soja e curtume. A Secretaria da Economia validará os créditos de ICMS e liberará os valores a partir de 6 de agosto.

Os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações de Goiás, que somaram US$ 337,4 milhões de janeiro a junho, com forte participação de carnes (61%) e aço (11%). No mesmo período, o Estado importou US$ 289,7 milhões em máquinas e produtos farmacêuticos.