Goiás intensifica combate e conscientização sobre queimadas no Cerrado

Com a chegada da estação seca, considerada a mais crítica para incêndios, o Governo de Goiás lançou em julho uma campanha de conscientização e montou uma força-tarefa integrada por diversos órgãos para prevenção e combate a queimadas. A mobilização adota o slogan “Queimadas: uma hora chegam até você” e inclui ações em mídias tradicionais e digitais, além de painéis cenográficos em áreas próximas a escolas e hospitais.

As peças publicitárias trazem personagens feitos de palito de fósforo — um dos principais iniciadores de fogo — e mostram um grande fósforo queimado com fumaça cenográfica. Segundo a Secretaria de Comunicação, o objetivo é usar impacto visual para alertar a população sobre as ameaças diretas do fogo no Cerrado.

Os materiais destacam que, em 2024, a fumaça das queimadas provocou aumento de internações por problemas respiratórios e levou à suspensão de aulas em várias escolas. Na economia, o prejuízo foi estimado em R$ 1,5 bilhão. “De forma simples e visualmente impactante, mostramos que o fogo no Cerrado não é apenas um problema distante, mas uma ameaça real, que afeta diretamente nossas vidas”, afirma Bruno Farias, superintendente de Publicidade da Secom-GO.

Paralelamente, a Operação Cerrado Vivo 2025, coordenada pelo Corpo de Bombeiros, emprega viaturas, nova Unidade Tática Florestal para áreas de difícil acesso e drones para monitoramento. A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável fiscaliza focos de incêndio, contrata brigadistas e conta com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, secretarias municipais, sindicatos e produtores rurais.

Essa articulação sustenta o Comitê Estadual de Gestão de Incêndios Florestais (Cefig), criado em julho de 2024 por decreto do governador Ronaldo Caiado. O grupo reúne representantes do Corpo de Bombeiros, Semad, secretarias de Educação, Comunicação, Saúde, Agrodefesa, Goinfra e Segurança Pública.

Dados da Semad indicam que, em 2024, o fogo consumiu quase 449 mil hectares em Goiás, com maiores ocorrências em Formosa, Mineiros, Rio Verde e Jataí. Metade dos focos (51,7%) ocorreu em áreas de produção agropecuária.