Mabel Reestrutura Administração e Combate Desperdício em Goiânia

Na tentativa de colocar em dia as finanças de Goiânia, o prefeito Sandro Mabel anunciou uma série de mudanças que buscam reduzir gastos, unificar pastas no Paço Municipal e melhorar a eficiência do serviço público. Uma das medidas mais impactantes é a transferência de diversas secretarias — antes instaladas em prédios alugados ou próprios — para a estrutura central da Prefeitura, o que, segundo o prefeito, vai cortar custos de aluguel e promover mais integração entre as equipes.

Unificação no Paço Municipal

Mabel explica que o prédio do Paço tem capacidade para abrigar todas as secretarias, mas, por conta de espaços subdivididos e equipes espalhadas, a estrutura não era aproveitada.

“Há várias ‘salinhas pequenas’ e pouca sinergia. No meu gabinete, por exemplo, os setores financeiro e de contabilidade atuam juntos. Essa divisão em excesso acabou”, ressaltou o prefeito.

Essa mudança deve, além de diminuir gastos, facilitar a comunicação entre os departamentos, proporcionando uma gestão mais coesa e menos burocrática.

Outra preocupação do prefeito envolve a presença e produtividade dos servidores. Segundo Mabel, há casos de funcionários que apenas batem o ponto e, em seguida, se ausentam do trabalho.

“O cargo público existe para servir ao cidadão. Se o servidor tem um contrato de oito horas, deve cumprir esse horário. Quem trabalha acaba sobrecarregado por aqueles que não cumprem suas funções”, lamentou.

Para lidar com o problema, o prefeito defende um controle mais rigoroso e a adequação dos salários, de modo a valorizar quem realmente atua, além de eliminar privilégios e distorções.

Dívida Crescente e Folha de Pagamento Elevada

Mabel afirma que o desequilíbrio financeiro da cidade é grave, com mais de 50% do orçamento comprometido pelo pagamento de salários. Ele cita casos extremos, como o de uma funcionária que atua na Comurg recebendo R$ 44 mil mensais, superando o salário do próprio prefeito.

“Isso é insustentável. Precisamos de transparência e responsabilidade no uso dos recursos públicos”, destacou.

O endividamento total já atinge R$ 3,4 bilhões, muito acima dos R$ 1,6 bilhão estimados em gestões anteriores. Além disso, há precatórios e ações judiciais pendentes que somam milhões de reais e impactam diretamente a capacidade de investimento em áreas como saúde e educação.

Na rede municipal de ensino, o prefeito chama atenção para cerca de 6 mil servidores em licença médica, o que resulta em salas de aula descobertas e déficit de profissionais ativos. Mabel relata que parte desses servidores chega a trabalhar em outras funções, mesmo estando oficialmente licenciados.

“Isso é um problema sério. As crianças ficam sem professores, enquanto o município continua arcando com salários de quem sequer aparece para dar aula”, diz.

Com o endividamento em alta, há poucos recursos para a construção de novas escolas, postos de saúde e outras melhorias na infraestrutura local.

Exonerações e Redução de Cargos

Outra ação adotada por Mabel foi a exoneração de comissionados em excesso. Em seu próprio gabinete, o número de cargos passou de 70 para 7.

“Não havia sequer espaço físico para tanta gente. Muitos só assinavam ponto. Precisamos ganhar fôlego e sair desse sufoco financeiro”, frisou o prefeito.

As mudanças propostas por Sandro Mabel sinalizam um rumo de responsabilidade fiscal, transparência e valorização do servidor que cumpre seu papel, ao mesmo tempo em que buscam sanar dívidas históricas e retomar a capacidade de investimento de Goiânia. A expectativa é de que, com o corte de gastos e a unificação das secretarias, a gestão conquiste maior eficiência na prestação de serviços, beneficiando diretamente a população.